
O impacto das diferenças sensoriais no dia a dia de crianças autistas: estratégias para pais e cuidadores
As diferenças sensoriais são uma das características mais marcantes do transtorno do espectro autista (TEA). Elas podem afetar a maneira como crianças autistas percebem o mundo à sua volta, tornando situações cotidianas desafiadoras tanto para elas quanto para seus cuidadores. Neste artigo, exploraremos como essas diferenças impactam o dia a dia e ofereceremos estratégias práticas para lidar com essas questões de forma positiva e respeitosa.
O que são diferenças sensoriais?
As diferenças sensoriais referem-se a alterações na maneira como o sistema nervoso processa os estímulos do ambiente. Esses estímulos podem incluir sons, luzes, cheiros, sabores, texturas e até mesmo sensações internas, como a fome ou a necessidade de ir ao banheiro. No TEA, essas alterações podem se manifestar como:
- Hipersensibilidade: Reação exagerada a estímulos sensoriais. Por exemplo, uma criança pode achar o barulho do liquidificador insuportável.
- Hipossensibilidade: Busca de estímulos sensoriais mais intensos. Por exemplo, ela pode apertar os objetos com muita força ou querer tocar em superfícies com diferentes texturas.
Essas características variam de criança para criança e podem mudar ao longo do tempo ou dependendo do contexto.
Como as diferenças sensoriais impactam o dia a dia?
As diferenças sensoriais podem tornar algumas atividades comuns incrivelmente desafiadoras. Aqui estão algumas situações em que isso pode acontecer:
- Vestir roupas:
- Algumas crianças podem sentir desconforto extremo com etiquetas, costuras ou certos tecidos.
- Hipossensibilidade pode fazer com que busquem roupas mais apertadas para sentir mais pressão no corpo.
- Tomar banho:
- A sensação da água na pele pode ser incômoda para alguns, enquanto outros podem gostar de brincar por horas na água.
- Alimentação:
- A seletividade alimentar está frequentemente relacionada à textura, sabor ou temperatura dos alimentos.
- Ambientes barulhentos:
- Lugares com muitos sons simultâneos, como shoppings ou festas, podem ser extremamente sobrecarregantes.
- Mudanças de rotina:
- Transições inesperadas podem causar ansiedade em crianças com hipersensibilidade a novos estímulos.
Estratégias práticas para lidar com diferenças sensoriais
1. Entenda o perfil sensorial da criança
O primeiro passo é observar e identificar quais estímulos sensoriais são mais desafiadores ou agradáveis para a criança. Isso pode ser feito com a ajuda de um terapeuta ocupacional especializado em integração sensorial. Com essa informação, você pode adaptar o ambiente e as atividades para atender às necessidades dela.
2. Crie um ambiente sensorialmente amigável
- Reduza estímulos excessivos: Use cortinas blackout para bloquear luzes fortes e tapetes para amortecer o som em casa.
- Ofereça espaços seguros: Um cantinho com travesseiros macios, cobertores e brinquedos favoritos pode ser um refúgio.
- Personalize os materiais: Escolha roupas com tecidos confortáveis e sem etiquetas, e ofereça utensílios alimentares que agradem à criança.
3. Estruture rotinas previsíveis
Crianças autistas tendem a se sentir mais confortáveis com rotinas. Use recursos visuais, como calendários e cronogramas, para antecipar eventos e atividades do dia.
4. Introduza estímulos de forma gradual
Se a criança tem dificuldade com certos estímulos, tente expô-la a eles de forma suave e progressiva. Por exemplo, se o barulho do aspirador de pó incomoda, comece ligando-o por poucos segundos a uma certa distância, aumentando gradualmente o tempo e a proximidade.
5. Invista em ferramentas sensoriais
Brinquedos e equipamentos sensoriais podem ajudar a equilibrar as necessidades sensoriais da criança:
- Bolas de compressão para hipossensibilidade tátil.
- Fones de ouvido com cancelamento de ruídos para hipersensibilidade auditiva.
- Luzes reguláveis para criar um ambiente visualmente tranquilo.
6. Comunique-se com empatia
Quando uma criança reage de maneira intensa a um estímulo, lembre-se de que ela não está “fazendo manha”. Essa é a maneira como o corpo dela responde ao ambiente. Mostre compreensão e ofereça suporte emocional.
7. Incentive o autocuidado
Conforme a criança cresce, ensine-a a reconhecer suas próprias necessidades sensoriais e a buscar soluções por conta própria. Por exemplo, se ela percebe que o barulho está incomodando, pode aprender a usar os fones de ouvido sozinha.
Casos práticos: exemplos do cotidiano
Exemplo 1: Vestir roupas
- Desafio: Uma criança hipersensível pode se recusar a usar roupas com etiquetas ou tecidos específicos.
- Estratégia: Compre roupas de algodão macio e corte as etiquetas antes de oferecer à criança. Permita que ela escolha entre opções limitadas para sentir mais controle.
Exemplo 2: Tomar banho
- Desafio: A sensação da água ou a temperatura pode causar desconforto.
- Estratégia: Use brinquedos de banho para tornar a experiência mais divertida. Ajuste a temperatura da água previamente e permita que a criança sinta a água com as mãos antes de entrar.
Exemplo 3: Alimentação
- Desafio: A criança rejeita alimentos com certas texturas, como purês ou alimentos crocantes.
- Estratégia: Apresente novos alimentos gradualmente. Comece deixando o alimento no prato sem a obrigatoriedade de comê-lo. Incentive a exploração sensorial, permitindo que a criança toque e cheire o alimento primeiro.
Conclusão
Lidar com diferenças sensoriais pode ser desafiador, mas com observação, paciência e adaptações, é possível transformar atividades cotidianas em experiências mais confortáveis para crianças autistas. Cada pequena vitória é um passo importante para melhorar a qualidade de vida tanto da criança quanto de sua família. Lembre-se de que o suporte de profissionais especializados, como terapeutas ocupacionais, pode fazer toda a diferença nesse processo.
Respeitar as necessidades sensoriais da criança é essencial para promover seu bem-estar e desenvolvimento. Afinal, cada criança autista é única, e suas experiências sensoriais também são.
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